
Estou recluso, cá em meu canto, meu esconderijo mais que perfeito.
Ainda sob a dor, eu, caminho, vago entre meus delírios rotineiros e meus lapsos de sensatez.
O calor me sobe, estranho e descomunal. Meu peito se abre e meu vazio parece exposto, tão desguarnecido e fraco. Meus medos parecem sair, procuram me amedrontar perante a esse inferno que vivo.
Tento suportar, mas torna-se cada vez mais difícil conviver com tal erro, com tal culpa.
Meus olhos se fecham na busca por uma solução, algo que possa saciar esse vazio deixado. Ainda que pequenos, meus olhos, fitam o horizonte, belo e em completo silêncio, nesta madrugada quente.
Meu peito palpita de forma descontrolada, agonizante a ansiosa. Meu corpo inteiro sua gelado e se mostra apreensivo. Minhas lágrimas secaram, não mereço tal clemência, tamanha fora minha crueldade.
Despeço-me da dor com um salto, ao infinito, as nuvens para sonhar e tentar apagar essa chama que ainda me consome.
Para que de onde esteja, seja um anjo, de chifres e rabo, eu possa cuidar de ti e lhe manter longe de qualquer um que um dia venha a lhe fazer mal, como um dia eu fiz.
Matheus.