
Sinto-me livre. Estou distante de meus males sorrateiros, de meu sentimentalismo exacerbado e, por vezes, mais que nojento.
Estou contente, não, talvez satisfeito seja a palavra ideal.
Meu peito não pulsa. Não deliro mais em algo inexistente e sombrio.
Fui agraciado com meu humor. Sou minha própria piada pronta, no sentido bom da frase, isso se ele realmente existe.
Meus olhos parecem denunciar cada gota do sarcasmo que destilo por minhas palavras. Meu riso irônico não agrada aos outros em sua maioria, mas cá entre nós, isso nunca me foi relevante.
Já posso rir, na verdade sempre pude. Faço minhas análises e dou meus próprios diagnósticos. Sou meu psicólogo, meu psiquiatra favorito e embriagado.
Tenho meus momentos de sensatez, mas não que eles durem muito, nem eu acredito nessa minha frase.
Pego-me pensando, peco em meus pensamentos estranhos. Estou vazio, completamente vazio em meu existir. Gosto e adoro tal frieza de fatos, de sentimentos, ou da falta deles quem sabe.
Coexisto em minha maneira de ser, estar alheio a tudo que não me agrada.
Modéstia a parte, eu, sou meu melhor amigo na luta contra todo conto de fadas que um dia criei e hoje luto para destruir.
Um até breve, talvez confuso, deste que vos escreve.
Matheus.