
Minha casa está abandonada, jogada as moscas. Meu lar, recanto de meu antigo lamurio está assim por culpa minha, de meu esquecimento, da minha falta de criatividade e ausência suprema de sentimentos.
Sinto-me de novo assim, só em meu estado de ser. Vazio de uma forma já sentida, já relatada e que por vezes me apetece.
Não tenho sensações e sinto ter esquecido meu coração em outro lugar, desconhecido até então.
Meu peito não pulsa mais, parece cheio de si, um pouco eloqüente, mas sem emoção, sem a vida que tantas vezes o caracterizou.
Meu semblante é calmo, alheio ao que acontece, alheio a vida, ou a falta dela que pondera em meu vazio, por vezes sombrio.
O sangue parece congelar em minhas veias, antes tão incandescentes. Meus olhos não fitam mais o além, ou infinito. Sinto desprezo por meus pequenos olhos, olhar de indiferença, da mais pura falta do saber, do sentir.
Estou vazio, isso deve bastar de descrição.
Matheus.