Ela não é assim. Ela não é tudo isso que descrevo. Não é doce e sim rude; é bela e indiferente.
O quadro parece perder validade, ou mentiras a parte, ele parece jamais ter sido criado. A decepção é mais bela que poderia imaginar e isto me faz ser mais frio. Frieza que eu tinha e frieza que aperfeiçoei.
Eu não sou assim. Jamais fui sentimental. Ninguém me vira da forma como pareço escrever. O que é falso se confronta com o que parece ser verdade e mesmo assim continuo sem respostas.
Entre baladinhas e músicas pesadas vou variando. Pareço controlar o que antes me afligiu e o que antes me era de bom grado.
Eu admito minha estranheza tradicional. Não tenho pena, nojo e compaixão. O quão estranho sou ainda é um mistério.
A sinceridade parece ser minha inimiga, mas a considero uma fiel companheira, uma de minhas qualidades, ou seria defeitos dos quais gosto.
Não sei do que gosto e se realmente gosto. Pareço desgostar do gosto e assim gostar do desgosto.
É inimaginável como me sinto complexo, como talvez eu seja e como simplesmente resolvo minhas pendências com simples ações. O difícil não me atinge, talvez o fato de fingir que é fácil ajude neste ponto.
Faço teorias e por incrível que pareça elas se encaixam em meu perfil, não dou bola ao dos outros, pois estes não me interessam.
O que sinto por eles, os outros, é irrisório. Minha falta de consideração pode ser marcante, mas não vejo mal em revelar o que todos escondem.
Não gosto e tenho aversão ao falso moralismo, às falsas amizades e a falácia de alguns.
Ela me causa simpatia, faz minhas mãos ficarem tremulas e meu sorriso espontâneo. Ela é bonita, mas não é só isso que me atrai. Eu sou feio, isso todos concordam, e gosto do diferente.
Eu sou diferente e desgosto do normal. Tenho imenso prazer em não ser como eles, em desafiar o tão falado senso moral. Gosto de não seguir padrões e quiçá isso me faça diferente, único talvez.
Digo a verdade Ralf. Ao menos uma vez eu consigo conciliar tudo que sempre preguei.
Matheus.
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