quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sobre adormecer.


Durmo, no silêncio da madrugada consigo adormecer. Dou trégua a meu constante conflito, minha eterna batalha.

Estou perdido em meus sonhos, em minha cabeça por vezes vazia e agora tão cheia.

Não sei onde estou e sequer faço idéia de como sair daqui. Estou preso em meu próprio delírio, talvez em meu próprio destino.

Meus olhos continuam fechados, quem sabe para sempre, na busca do infinito que tanto sonhei.

Respiro de uma forma rápida, meio afoita. Sinto me acelerado e tento fugir em vão do que dentro de mim ainda me assusta.

Acordo, no mais tardar do abrir dos olhos. Levanto e, como se nada tivesse acontecido, caminho ao horizonte, de pés descalços apreciando o mar.


Matheus.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sobre meu ódio.


Eu odeio, e como odeio isso. Tenho pavor, receio e vergonha. Tenho ódio, muito ódio em te querer, te amar desta forma.

Odeio-me por me sentir assim, mesmo sabendo que tudo tende ao contrário.

Eu sinto saudades. Perco horas de sono, talvez pensando em como te falar tudo isso, ou quem sabe tentando esquecer que tu existes. É em ti que eu penso antes de dormir, ou ao lembrar de coisas boas.

É por ti que já lutei, perdi e mesmo assim continuo sonhando.

Eu corro, entre corredores, de minha própria cabeça tentando esquecer. Sei, sempre soube que eu não havia esquecido. Meu coração não carece mais de sentimentos, é nutrido por algo que me atormenta, porém sem mais a tristeza de meses, ou anos atrás.

Sinto-me morto, na busca constante de alguém que sequer se importa. Sinto-me envergonhado, sujo em minha maneira de existir.

Meu amor é brutal, escuro, meio egoísta e intransigente. Não é normal, nem para mim, talvez para ninguém.

Nada parece certo, e já me perco em minhas alucinações.

Fujo, sem destino, até uma próxima quem sabe.



Matheus.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sobre a cabeça.


Voltei ao meu lugar. Sentado em meu trono, sublime e sereno. Meus cabelos voltam a ser castigados e meus olhos ainda se perdem no escuro da noite.

Voltei ao meu lar, à casa de minhas palavras, nem sempre belas, muitas vezes ásperas.

Redescobri meus pensamentos, minhas razões e sentidos. Meus trêmulos e gelados dedos ainda digitam com dificuldade tudo que se passa pela minha confusa, perturbada e já preguiçosa mente.

Meus bocejos quebram o silêncio que pondera e meus olhos piscam como nunca. Voltei, mas ainda não sei como explicar.

Minha cabeça dói, explode em lembranças, pensamentos e o que mais lhe for cabível de imaginar.

Vou dormir, em direção a minha cama, silenciar e desligar tudo o que me move, ao menos por agora.


Matheus.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sobre a raiva.


Meus punhos estão cerrados. Meu semblante se fecha.

A raiva me domina. Meu sangue ferve, pulsa por minhas veias incandescentes. Meu nariz ainda expira o ar de forma nervosa, descompassada.

Meu peito se acelera, mostra vida em sua derradeira aparição. De meus pensamentos vejo só a fúria que carrego e que não penso em perder.

Sinto me vivo e, mais que isso, sangue pulsante, não mais ameno.

Sinto as batidas me acordarem, me chamando mais uma vez. Desperto enfim, talvez essa seja a hora.


Matheus.