terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre um esboço.

Eu sou invisível, ou assim me sinto. Talvez eu não exista, seja apenas ilusão, ou uma criação de mais uma fábula de amor.

Estou aqui, sem ninguém, sem luz, ou esperança. Nada vejo, além da escuridão que parece cercar a minha volta.

Estou em todo lugar, mas ninguém parece querer me encontrar. Sou meu próprio buraco negro, por vezes perdido e sem reação.

Sinto-me literário, um personagem, porém sem uma história, pulando diretamente para o fim, talvez o meu próprio.


Sem mais delongas por hoje.


Matheus.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sobre uma mesma recaída.


Hoje eu escrevo relembrando o que senti e falei.

A angustia toma conta de mim, dos meus pensamentos e principalmente de meu peito.

Volto a sentir palpitações fora de ritmo, comandadas pela raiva, fúria e por vezes por um tom sarcástico, fazendo paródia de meu próprio ser.

Fecho meus olhos e tento destruir o que me consome, é fato que não tenho sucesso em minha jornada. Meus dedos arrancam cada fio de cabelo quebradiço.

Eu te amei e do fundo do meu coração eu te digo isto. Eu simplesmente sou apaixonado por tudo que te cerca, pelo teu sorriso e olhar.

Meu humor se vira contra mim, sem sorrisos sinceros, ou um olhar de calma. Meu breve sofrimento se chama recaída e como todas as outras há de ter fim, tal como eu, ou como o nosso amor.




Matheus.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sobre uma certa paz.


Talvez o até breve tenha sido longo demais. Cá estou, com alguns meses de atraso, mas tentando me recompor. É verdade, o tempo se passara, trocaram as estações e junto delas se foram as minhas sensações.

Por mais uma madrugada de inverno, contraditoriamente quente esta noite, eu, enrolo meus cabelos, quebro-os e penso, talvez em vão, ou não.

O vazio se fora junto com meus males, pesadelos e quantas outras estirpes de ruindade eu tenha criado. Sinto-me realmente diferente, um tanto alegre e não mais ranzinza como ultimamente. Meus hábeis dedos digitam rapidamente, enquanto viajo acordado.

Mais uma vez meu sorriso se estampa, olhos pequenos e sem medo. Sinto meus ombros livres, sem um peso a carregar, fugindo de todo trauma que lhe fora imposto outrora.

Bocejo, rio e quem sabe esta seja à hora de me despedir mais uma vez, voltar à cama e dar continuação a este sonho.


Matheus.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sobre uma nova rotina.


Já é tarde e mais uma vez a madrugada me é conveniente. Estou cá, sentado, recluso em meus domínios, onde eu posso pensar.

Sinto-me estranhamente calmo, sem um vazio para preencher, ou um amor para sofrer.

Diferentemente dos outros dias, hoje, eu não estou ansioso e sequer castigo meus cabelos.

Meu peito se mantém em sintonia, sereno e longe de novos contos de fadas.

Distraio-me por alguns instantes e viajo em meus sonhos, mesmo que ainda acordado.

Descubro que mudei e que algo se perdera pelo caminho, ou talvez eu mesmo tenha o deixado para trás.

Do alto de meus bocejos tomo rumo de minha cama, quente, acolhedora e a espera de um sonhador.


Até breve,


Matheus.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sobre um olhar.


O sono finalmente bate a minha porta. Meus dedos se entrelaçam por meus cabelos vagarosamente. Já ameaço fechar meus olhos, pequenos, atentos e hoje um tanto tristes.

Respiro fundo, ameaço bocejar e começo a pensar.

Sinto-me só hoje, diferente de outros dias. Não estou completo, algo parece ter fugido de mim, ou quem sabe do meu controle.

Minha alma dorme, repousa em algum lugar, acho que desconhecido até então. Meu coração continua assim, parado, constante em suas batidas, como vem sendo nos últimos tempos.

Despeço-me, tomo meu rumo e vou sonhar, mais uma vez.



Matheus.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sobre um bocejo.


O tempo passou e eu também acabei me passando. Me escondi, me procurei dentro de minha branda confusão e ainda não me encontrei, não por completo.

Procuro meu rumo, mas sem um destino ainda traçado, ou um plano sequer orquestrado. Fujo, sem compromisso, sem bagagem e deixando tudo para trás, tudo que não me é saudável.

Dou asas ao imponderável, crio minha própria beleza, meus caminhos e tento segui-los.

Ainda de longe eu continuo o mesmo, talvez seja força do hábito.

Deito e rolo de um lado para outro na cama, mas não consigo dormir. Penso, volto ao passado, vou ao futuro e caio sempre no mesmo dilema, em minhas mesmas dúvidas.

Bocejo, enrolo meus cabelos e no alto de meu sono acabo adormecendo, para sonhar, esquecer o hoje e descobrir que amanha tudo recomeça de onde parei.


Matheus.

terça-feira, 1 de março de 2011

Sobre um pouco mais de mim.


Hoje eu me sinto pesado, talvez querendo falar algumas coisas que estão engasgadas em minha garganta.

Sinto-me com raiva, uma raiva sem um alguém, ou algo para se culpar, mas mesmo assim intensa. Tenho vontade de mastigar, destroçar algo com meus caninos, talvez um pedaço de carne seja uma boa pedida.

Eu não sei, e talvez eu só esteja entediado na madrugada, querendo tirar de mim tudo que não me é agradável.

Estou bem e para ser bem sincero esta é uma das sensações que mais gosto de sentir. Gosto de explodir, de ser impulsivo e fazer coisas das quais provavelmente não faria, caso pensasse mais uma vez.

Hoje estou de bom humor, sarcástico e agressivo, o meu favorito, diga-se de passagem. Eu sou arrogante, faço de minhas palavras as melhores e tento prega-las a todos que estão em minha volta.

Não, eu não sou uma pessoa legal, muito menos normal. Meus olhos são pequenos, porém atentos, procuram por cada defeito, mínimo que seja.

Eu gosto de ganhar, não importa como, a famosa frase de que os fins justificam os meios.

Sim, eu estou bem, sem culpa, sem fardo e sem amor. Abandonei a esperança e estou por minha conta.


Matheus.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre mais um fim.


O vento adentra meu quarto, me refresca e por alguns instantes não sinto o incessante calor. Fato raro nesse verão.

Bebo minha água, nada de álcool por hoje, certamente outro fato raro nesses dias que se passam.

Digito vagarosamente, ainda tentando encontrar as palavras exatas para definir o que sinto e o que sou.

Meus pensamentos se perdem em cada lembrança, cada momento e nas coisas que já fiz, sejam elas boas, ou ruins.

Eu acho que hoje é o fim, diferente do conto que criei, das coisas que imaginei e por tantas vezes torci que acontecessem.

Não sei mais o que pensar, mas me sinto tão confuso, perdido dentro da minha falta de sentimentos no momento. Não entendo o que acontecera e onde fora parar todo meu amor.

De frente ao espelho eu vejo que nada mudou em mim, estou igual.

Estou bem, completo como sempre sonhei. Meu vazio se fora, só talvez o amor tenha me deixado.


Matheus.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre a angustia.


Eu olho e tudo parece igual. Olho de novo, mas nada parece mudar. Os ponteiros estão parados, presos no tédio, na solidão.

Algo me faz diferente hoje. Meus olhos, já pequenos, se estreitam, parecem prever algo.

Meu peito mistura a angustia com uma dose não muito saudável de palpitações fora do ritmo.

Estou rangendo meus dentes, talvez em uma raiva sem precedentes, ou em uma ânsia do que parece inevitável, ou talvez já consumado.

O calor me consome, mas desta vez ele é estranho. Chamas incandescentes que queimam de dentro para fora, tentando levar tudo de mim, tudo que me faz me sentir daqui, humano talvez.

Minha respiração se assanha, parece afoita, diferente dos últimos dias, últimos tempos. Castigo meus cabelos, a cada enrolar dos dedos que parecem não se cansarem de tal tarefa tão repetitiva.

Engulo seco, algo me está errado, resta descobrir se ainda tem conserto.


Matheus.