terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sobre o meu vazio.


Tanto tempo se fora, mas ainda posso recordar, talvez jamais eis de esquecer. O vazio deixado nunca foi preenchido e, sinceramente, acho difícil que seja.

Por minha nostalgia caminho, vagarosamente, ao encontro da minha melhor lembrança, do meu mais marcante momento.

Ela se fora, mas tal marca, tal vazio ainda são sentidos em mim, por mim.

Relembro com um sorriso fácil o que vivi, o quão pude ser feliz, me surpreender comigo e com o que senti.

Meus pensamentos me levam a ela, consigo visualizar suas bochechas rosadas e sentir aquele perfume suave que ficou impregnado, junto de meu desejo.

Sinto meu peito palpitar de forma louca, meu coração se assanha, só de pensar nela, naquela que tanto amei, naquela que eternizei.

Meu amor não fora esquecido e as lágrimas, não mais de tristeza, tentam sair de meus olhos. Por teus dedos pude brincar, sentir cada pedaço teu em um abraço, sincero, carinhoso e meigo.

Ainda gosto de lembrar do amor para sempre que tanto lhe falei e que perdura até hoje.

Faltam-me palavras, me sinto bobo, perdido e envergonhado, mesmo que longe, mesmo que esquecido por ti.

Hesito em escrever, não sei como mais o fazer, como tentar demonstrar o que um simples sorriso revela.

Tu, que sequer me conhece, ainda me causas intenso calafrio e uma sensação indescritível de paz.

Estranho me descobrir por ti, saber que mudei e que por ti faria tudo de novo, sem titubear, mesmo sabendo que o final seria este.

Matheus.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sobre o divã.


Meus olhos querem se fechar, teimo em deixá-los abertos.

Ainda que sonolento, eu, tento escrever, talvez sem um causo, uma história, mas tentando me decifrar.

Por entre meus pensamentos alço vôo, incrível imaginação. Passeio por minhas alegrias, por meus mais belos dias e conquistas. Consigo enxergar meus anseios, não mais tão assustadores, agora tratados de frente, meus antigos receios e passadas tormentas.

Sinto-me bem, diferente, meio alheio a fatos, aos meus sentimentos.

Não sei o que sinto mais, é estranho conviver com uma dúvida, não saber, ou simplesmente se sentir vazio, mas confesso que gosto, ao menos por agora.

Em brandas linhas tento dizer, talvez desabafar, soltar o grito que sequer sei se existe. Leio e releio, faço minha auto-análise perante o que escrevo ao passar do dia, sou meu próprio psicólogo, por mais bizarro que isso possa parecer.

Faço meus próprios testes, minhas teorias e sinto-me louco, um tanto quanto tosco, mas consigo sorrir, aquele sorriso de canto de boca, meio irônico, sentindo-me mais esperto que os demais.

Finalizo mais uma sessão noturna. Até breve.


Matheus.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sobre Meados de 30 - Capítulo XII


Já passava das duas quando a jovem moça adentrara sua casa. Seus olhos lacrimejavam sem parar, suas mãos trêmulas demonstravam seu estado de choque, toda sua comoção.

Sua cabeça latejava em uma dor insistente, um clamor, uma culpa irreversível.

Cabisbaixa, sequer cumprimentou seus familiares, que atônitos esperavam por sua chegada, depois do sumiço da última noite, de sua apresentação perante a sociedade.

Julita devia explicações, não só para sua família, mas para consigo própria.

Ela carregava em suas mãos os sapatos, aqueles saltos que a consagraram, agora eram levados como sacolas, no mais completo cenário de tristeza. Seu cabelo despenteado e sua maquiagem toda borrada. Suas bochechas, tão sardentas, agora beiravam o encarnado do nervosismo, do choro compulsivo.

Passara reto por todos, evitando perguntas, evitando o que seria mais constrangedor, que pudesse relembrar tudo que tivera vivido e como tinha se libertado de tal forma, com tal cafajeste.

Em seu quarto deitara-se sob a cama, sob os lençóis limpos e arrumados, diferentemente de como acordara nesta manhã.

Por outro lado, Isabell acorda por entre lençóis de seda. Mesmo entre lençóis, anda pelo admirável quarto, a busca de uma janela, espera apreciar sua glória, sua conquista por mais quanto tempo for possível.

Suas roupas ao chão, seu perfume ligado à pele, tão doce, tão excitante, tão supremo e ao mesmo tempo marcante.

Por breves momentos, a janela, Isabell aprecia mais um gole de seu champanha na companhia do tragar de um cigarro. Nua, coberta somente por jóias, ela desfruta sua soberania, nada pode tirar o brilho dela, não desta mulher em erupção.


Matheus

domingo, 6 de setembro de 2009

Sobre o mesmo papo tosco.


Já passa das cinco e meus olhos não querem se fechar. Sinto um desejo imensurável de escrever, quase como um vício eu diria.

Não sinto muitas mudanças nos últimos dias, talvez minha inconstância tenha me abandonado.

Sem meus males, sem meus medos, fico cá, sem palavras, sem alguma história para contar.

Devo estar vazio, dominado pela falta de sensações. As coisas já não mexem comigo, não como antes. Talvez minha vida antiga esteja retornando, pode ser um bom presságio.

Meus dedos não tremem mais, não de nervosismo, ou de ansioso.

É estranho sorris sem parecer falso, sem uma máscara, ou ter que esconder as frustrações.

Já não tenho tanto receio, sem mais temores, sem mais dores constantes.

Começo a bocejar e realmente adoro a escrita, ela me proporciona até o sono.

Entre sarcasmos e ironias vou me conduzindo de volta aos trilhos, aqueles que, eu, venho buscando há tempos.

Até breve, sem mais delongas.


Matheus.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobre uma diferença,


Finalmente posso me olhar no espelho, sem culpa, sem medo.

Sinto-me novo, aliviado de algo que desconheço. Por meros momentos sinto-me diferente, ou igual, entendam como quiserem.

Pareço ter me reencontrado por brandas linhas, por momentos novos, tais como os do passado.

Meu ego, sempre ele, volta a se valorizar, saber que pode e ele começa a me convencer por completo.

Minha fala exacerba confiança, seguida de um sorriso presunçoso e um olhar irônico.

Abuso de meu sarcasmo, minhas caretas e gestos de pouca importância.

Minha arrogância parece falar mais alto, gritar aos quatro cantos que cá estou, de volta, novamente.

Pouco me importa, não estou nem aí, meus olhos pequenos, quase sempre fechados, demonstram minha falta de interesse.

Sem mais bocejos, despeço-me.

Boa noite e viva uma sexta feira agradável.



Matheus.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sobre o meu coração.


Fecho meus olhos e posso te ver, tuas falas como sonetos chegam aos meus ouvidos e agradam minha mente.

Meu olhar me entrega, estou aqui e feliz. De minha boca ouvirás, por tantas e quantas vezes mais quiser escutar que tu és especial.

Meu sorriso deixa implícito qualquer sentimento, ele se abre ao te ver. Minha alma sorri a cada conversa, ou por uma simples demonstração de carinho.

Sim, eu estou com saudades, imensas saudades de ti, do teu sorriso e tudo que um dia já descrevi por aqui.

Meu reflexo parece mais simpático agora, não tão carente, ou triste, longe disto.

Por entre meus olhos as lágrimas não correm mais.

Meus dedos pequenos te esperam para segurar tua mão e acariciar o teu cabelo.

Por brandas linhas tento transparecer o que me passa, mas isto parece cada vez mais difícil. Meu coração dispara, mas cá estou na mais completa paz, a espera da hora e momento certo.

Se o brilho dos meus olhos pudesse ser visto, garanto que isso bastaria para um bom entendimento.

Despeço-me por entre linhas, ao som dos pássaros que tendem a cantarolar. Vou a minha cama com um desejo, um sonho que espero concretizar.


Um beijo, e, por favor, venha cá matar minhas saudades.


Matheus.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sobre os meus pensamentos.


Mais uma madrugada, mais uma rotina.

Estou cá, hoje sem auxilio do álcool, brando e bom companheiro.

Meus olhos se fecham lentamente, talvez o sono tenha começado a me afetar. Bocejo e com dificuldade mantenho-me sentado.

O sonho fora belo, talvez cá esteja louco para voltar a ele. Meu olhar lhe achou pela multidão, sentada, me esperando de braços abertos.

Meus olhos, quase que por milagre, se abriram e meu sorriso, ainda que feio, mostrara minha felicidade.

Pude lhe abraçar, sem falas, sem cartas, somente um abraço apertado e com todo o carinho que por ela eu tenho.

Era um sonho, mais um de meus devaneios diários, mas isto mexera comigo.

Hoje consigo rir, ser aquele que por tanto tempo fui e idolatrei.

Ela me acordou, tirou de mim um fardo, um peso que me esgotava aos poucos.

Poderia falar sem parar, dizer aos quatro cantos o que sinto, ou descrever minha felicidade, mas nada seria capaz de ilustrar a serenidade que passa por mim.

Finalmente pude compreender. Confie em mim.

Eu voltei e meu amor não sucumbirá, mas não viverei mais de tristezas.


Talvez minha confusão não seja entendida, talvez palavras aleatórias sejam incapazes de mostrar que meu ego continua alto, que sinto saudades e estou louco por um abraço, tão carinhoso quanto possa ser.


Matheus.