segunda-feira, 8 de março de 2010

Sobre ser assim.


Eu sonhei, confesso que fui iludido por minha própria cabeça. Acreditei no que sempre condenei. Pareço livre, mas não gosto de diagnósticos precipitados.

Conheço-me como poucos e sei de minha constante inconstância, por mais que isso pareça contraditório.

Estou enclausurado em minha própria prisão, longe de tudo que um dia me fizera sofrer. Cá em meu canto, eu, procuro minha identidade, já não mais bem definida por tantas idas e vindas de algo que me domina.

Meu jeito espontâneo parece prevalecer, mas realmente não sei até quando isso pode durar. Eu sou assim, sempre fui. Sou grosso, sou rude e isso jamais vai mudar.

Adoro minha confiança exacerbada e minha arrogância, elas, fazem parte de mim, de quem me tornei e de quem tanto gosto de ser.

Meu coração parece estar guardado, longe daqui e mantido a sete chaves.

Ele dorme em um silêncio absoluto, talvez a espera dela para acordar, ou em um sono definitivo, para que o sempre seja respeitado.

Os ruídos tentam lhe despertar, tirar-lhe da paz em que, eu, hoje vivo.

Fecho meus olhos e por instantes tento retomar o que um dia criei, falei e escrevi.

Suspiro em uma ânsia de encontrar o que fora capaz de me mudar, me transformar nesta inconstância de sentimentos, ou da falta deles.

Ainda em transe minhas mãos formigam e pedem clemência para meu espírito e minha alma.

Desperto e, com sono, lembro que eu sou assim, sempre voltando ao inicio, ao mesmo Matheus do começo.




Matheus.

3 comentários:

  1. Ah, Matheus.
    Adorei o texto, embora não acredite que vc não irá mudar... vc vai sim. E muito! Cuidado com o coração, ele tbm atrofia. Na maioria das vezes, acho mesmo que o sofrimento é inevitável...

    Bjão.

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