quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sobre o Amor


A capacidade que hoje sinto ter em contar o que aconteceu e como se dera, é algo de grande felicidade. Pela primeira vez consigo abordar este tema que por vezes quisera escrever, mas que sequer sabia como postar e como aborda-lo perante um assunto tão complexo e ao mesmo tempo simples ao extremo.

O amor que por vezes pensei não existir abordou-me de uma forma um tanto quanto estranha.

É verdade que nunca deixei chances dele sequer se manifestar e sempre fui um critico ferrenho dos ditos apaixonados, quem sabe um grande ciúme por não saber do que se tratava e assim não poder aproveitar, duvida que por esse momento não encontro resposta.

Com os sentimentos alheios eu sempre brinquei, era grosso e mal educado com quem queria, brincava até com os que sentiam algo por mim e por este motivo posso dizer que perdi algumas amizades, mas sempre pensei que os que assim me suportavam eram os verdadeiros amigos. Por vezes execrei pessoas que não conhecia e até as fiz chorar, mas nunca me senti mal por isto, eu apenas gostava do fato de ver alguns amigos rindo do que fazia e dizendo que eu era engraçado e dito “cara de pau”.

Até que então em uma destas “brincadeiras” que por hora fazia acabei por fazer alguém chorar, sem motivos aparentes fiz somente para acabar com o que a mim sequer incomodava e para ver a risada alheia de amigos que se divertiam com os xingamentos que eu desferia. O choro que compulsivo escorria por seus olhos, acabara por quebrar qualquer proteção que tinha contra sentimentos e quanto ao verbo amar. Posso dizer que fui pego pelo dito amor a primeira vista.

Não era possível que somente um choro conseguiria quebrar anos de barreira que foram criadas contra o que a mim poderia fazer sofrer, relutei em acreditar nisto, mas não conseguia parar de pensar naquela imagem, na bela garota em prantos e pela primeira vez me senti arrependido e o pedido de desculpas era o mínimo que tinha de fazer para consertar tamanha burrada feita. As desculpas seriam pedidas na noite seguinte e até a vergonha que em mim sempre faltou agora era uma constante.

A coragem me faltava e ao aproximar-me dela acabo por tomar um senhor xingamento que me faz repensar tudo que tinha em mente, - "Como ousa me falar mal se estou aqui para pedir desculpas"-, foi o que pensei na mesma hora e até retruquei com outro xingamento. O ódio pairava sobre mim enquanto sóbrio, mas quando a bebida era ingerida conseguia dizer a todos os meus amigos o quanto gostava desta garota que de mim sentia pavor. Os dias se passavam e palavras amigáveis nós não falávamos, o palavreado de baixo calão era algo de total normalidade nas nossas brigas noturnas das quais eu sempre apanhava.

Mamãe sempre dizia que quem desdenha quer comprar, e por hora me pegava pensando neste ditado popular e ele me assombrava pelo fato de começar a perceber ainda sóbrio que estava apaixonado por alguém que me odiava, por alguém que sequer conseguia olhar para a minha pessoa e que jamais havia falado comigo sem desferir ofensas.

Mais uma noite era aproveitada regada à boa bebida e com algumas brigas entre amigos das quais prefiro não lembrar, até que ela surge em meio a multidão me pega pelo braço e me leva já em estado deplorável para beber uma tequila, mal sabia ela que eu conseguiria mesmo que em prantos revelar meus sentimentos e assim a deixar balançada.

Os dias se passaram e ao final, o ultimo dia reservara o melhor momento. Mesmo que dominado pelo nervosismo e sentindo falta da “cara de pau” que sempre me orgulhei, acabo por perder a fala e tenho de apelar para a musica. Jamais fui tão grato a um Ipod e mesmo só deitado ao seu lado escutando musicas me sentia tão bem que o tempo ali poderia parar.

Os momentos que já estavam incríveis melhorariam após o primeiro e mágico beijo que vinha a selar de vez o amor que sentia por esta que me conquistou.

As saídas seguintes e o namoro mesmo que curto foram de total intensidade, arrisco dizer que foram os melhores 20 dias da minha vida.

Um pequeno resumo de tudo que aconteceu para que os que os meus textos lêem consigam entender o que se passou e o que sinto até hoje por esta que me inspira desde o dia que a vi chorar pela primeira vez.

Amo ser apaixonado por ti Gabriela e trocaria qualquer coisa por mais uma tarde somente sabendo que tua mão estaria junto da minha e que conseguiria te deixar envergonhada para ver estas bochechas rosadas que tanto gosto.

x)

Um comentário:

  1. cara,tens muita coragem de admitir, perante teus amigos, que riam das tuas atitudes grosseiras.

    estás te tornando um homem..

    parabéns!!

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