quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre estar diferente.


Adentro a madrugada. As horas passam vagarosamente nesta parte de transição da noite para o dia.

Estou contente. Tive a notícia de uma possível viagem e isso me deixara feliz.

Posso voltar ao meu refúgio, ao meu mais precioso esconderijo. Sinto-me escoltado nas origens, longe de tudo.

A possibilidade me deixa ansioso e palpito como nos últimos meses. A bela cidade de Porto Alegre revela meu lado inocente.

Tenho pouco tempo, quero rever a todos bons amigos e isso acaba custando tempo precioso para “aproveitar”.

Minha branda satisfação se encontra no prazer da companhia. Os amigos, que por tantos anos guardei junto de mim, estão todos lá.

É a oportunidade de matar a saudade, relembrar antigas histórias e contar a eles o que tenho passado, seja bom, ou ruim.

Meu bom coração parece reviver. Hoje fora um dia difícil para ele.

As vagas lembranças tornam a voltar, são fracas e sem toda demasiada felicidade de um conto de fadas, mas mesmo assim atormentam minha mente, quem sabe deturpada.

Meus longos fios de cabelo são as vítimas para uma possível ansiedade, talvez queira descontar neles isto que sinto.

A forma como a amei fora estranha, diferente e longe de uma definição plausível.

Entretive-me ao segurar suas mãos, olhar seu sorriso envergonhado e mesmo que de longe, senti felicidade ao ver seu sorriso sincero mais uma vez.

Por muito tempo mantive longe de mim o egoísmo e até acho que errei neste ponto.

Meu orgulho próprio fora ferido, mas não que isso importasse, não naquela época.

Havia mudado, estava diferente e, por mais que dissesse o contrário, eu me orgulhava deste que me tornara.

Tive de regredir, voltar à condição humana, ou a falta de condição para tornar minha vida racional novamente.

Não estava preparado, não queria estar. Precisava de sua presença para viver junto de mim e assim direcionar este novo que ajudastes a criar.

O mundo em que vivo dizia-me para voltar, não sei se o problema era eu, ou o modo em que sempre conduzi as coisas.

O fato é que estou perdido, não sei onde estou e uma parte minha ficou perdia por aí.

Ficaria grato se algum dia alguém me disser que posso ser completo de novo, de preferência que ela, a quem endereço este texto, diga-me isto com todas aquelas belas palavras que caracterizam o amor, esse mesmo que tanto desprezo.


Matheus.

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