quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sobre isso mesmo.


A neblina cobre o céu. Não consigo ver o intenso azul do mar, ou a simples falta de movimento na praça. Sinto o calor do nervosismo, aquele que já não sentia há algum tempo.

Queria escrever algo bonito, mas não sei se consigo. Já faz tempo que ando relaxado e quase não escrevo nada que preste, não que um dia tenham prestado.

Ainda me recordo do teu suave perfume e o cheiro que era teu, segundo tuas próprias palavras.

O tanto de tempo que fiquei sozinho não fora suficiente para te esquecer. Nada e nem ninguém fora capaz de me completar. Sinto enorme vazio quando estou com alguém. Tuas lembranças por hora me prejudicam e até já viraram padrão de perfeição.

Sinto-me na obrigação de ser quem só fui contigo. Não consigo ser mais uma vez simpático, ou carinhoso. Não me sinto mais ansioso para uma saída, por mais importante que ela possa ser. As coisas me lembram de ti a toda hora e sinto-me inofensivo a tamanha conspiração, ou talvez lembrança que eu mesmo tento manter.

Deito em meu travesseiro e não demoro a pensar no que fora crucial para o fim. Quem sabe fui apenas mais um, talvez não fosse o certo, tal como tu fostes para mim.

Tu és a garota certa. Não sinto vergonha em falar que tu realmente mexeste comigo e isto parece não passar.

Olho fixamente para a parede e vejo teu sorriso, um tanto quanto rosado. Escuto a música que me mandastes e já sinto tuas mãos junto das minhas. Guardei para mim cada sorriso, cada frase e cada bilhete, mesmo que por computador do qual foram direcionados a mim.

Por vezes me sinto bem, talvez ao ler a carta que me mandastes dizendo que um dia fui perfeito. Mas na maioria das vezes sinto a decepção me assolar e tu não imaginas a falta que faz ao meu dia-a-dia.

O que tentei fazer por ti eu não faria por ninguém e mesmo assim ainda sinto receio em contar, lembrar que fui, ou que ainda sou apaixonado por alguém que não sabe meu nome.

Já não imagino um encontro. O final feliz se perdera entre os muitos distúrbios que tenho, mas ao menos tua bela imagem não fora manchada, não para mim.


Matheus.

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