sábado, 28 de junho de 2008

Sobre Meados de 30 - Parte II


O dia começa cedo pelos interiores do estado do Rio Grande do sul. De charrete o leite e as verduras plantadas são levados até a capital para o abastecimento do grande centro. O sol sequer raiou e puxado por seus bois, Mary vai a direção da desenvolvida Porto Alegre. Branca feito leite, com as canelas finas e os pés sujos de uva a dita interiorana é chamada de colona pelas bandas da cidade que ela ajuda a manter com seus suprimentos.

A vida continua sendo dura com Julita, que acaba por vagar a cidade em busca de alimentos e abrigo. A bela garota que tinha em seu sorriso a principal característica agora vê constantemente a expressão de dor e angustia por seu futuro incerto. A sujeira das ruas repercute no trajar de Julita que maltrapilha sequer consegue trocados na esquina.

A prostituição apesar de ser uma boa saída, não seduziu a pobre garota que acredita poder mudar seu rumo e desafiar as leis da desigualdade social.

Debaixo da marquise da Fruteira Gonçalves era o abrigo ideal, protegida da chuva e ainda conseguia as sobras da tenda que costumeiramente iriam fora. O destino apronta das suas e acaba por botar frente a frente a jovem interiorana a fim de prosperar sua família, com a jovem e já bastante vivida garota deserdada da cidade.

A vida segue pela provinciana capital dos gaúchos e na parte nobre da cidade, Isa mostra todo seu glamour nos bailes de final do ano, porém nos bastidores revela toda sua farsa de boa moça ao drogar-se e abusar do álcool quando esta em companhia de seus ditos amigos. As orgias que comete são disfarçadas com boas quantias financeiras que dá aos que descobrem suas peripécias e seu falso moralismo.

Em contra ponto as falsas amizades e subornos, surge a amizade verdadeira entre duas pessoas de culturas tão diferentes, mas que buscam o mesmo sonho. Melhorar de vida e dar uma resposta à sociedade que as destrata e que preconceituosamente as faz sentir excluídas.

O contraste das cores era algo curioso, a branquinha do interior andando na companhia da já imunda moradora de rua.

(continua..)

Matheus.

3 comentários:

  1. bom, tenho que admitir que mesmo eu nao gostando muito dos de ficção, tu tem uma criatividade incrível e sao muito bem escritos...aa essa parte eu lembrei de mim: "Branca feito leite" ahhahahahahha

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  2. Gosto do jeito que tu descreve as coisas. É bom pra gente sem imaginação que nem eu.
    pinta um quadro completo :D

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