quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Sobre o depoimento.



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A chuva deu sua trégua e o céu, agora limpo, nos proporciona uma noite estrelada. O vento, sublime vento, refresca meu pensamento e por raros instantes consigo sentir o cheiro do mar que ele me traz.

Faço uso da imaginação, deturpada, mas mesmo assim, imaginação. Saúdo ao meu completo fracasso, tanto na escrita cotidiana, quanto no sentimentalismo, por hora mais que exacerbado.

Sinto falta de meu alto ego, confiante e arrogante. Sei que aos poucos o recupero e minha, até então, criativa mente deverá voltar a planejar.

Gosto das coisas que falo. Olho-me no espelho e apesar de não me achar o supra-sumo da beleza, até que me acho normal.

Tenho hábitos peculiares e aprecio isto, da forma de ser diferente e demonstrar meu excêntrico gosto.
Minhas palavras, quase sempre ásperas, se dirigem a quem merece, ou não, dependendo do caso. Não costumo ser de total simpatia, nem gosto disso, mas reconheço que sei ser bem educado quando necessário.

Faço uso do sarcasmo para rir, às vezes sozinho, ou às vezes para divertir a quem está junto de mim, nem que para isto alguém precise pagar o pato.

Revelo que ao gole, ou algumas doses de bebida, eu costume ficar alegre. Perco a estribeira e deixo a boa educação, nem sempre presente, de lado.

Eu admito que já chorei. Não vem ao caso, mas foram poucos os momentos que me fizeram derramar lágrimas, sejam de raiva, amizade, ou qualquer outro sentimento barato que se venda na esquina.

Vou me adequando a situação, aos poucos e sem alarde. Não gosto de chamar a atenção e nem faço questão. Me solto ao passar do tempo, ao conhecer melhor as pessoas, as situações e descobrir o que me é possível.

Sou passível de análise, é claro que sou. Sou confuso, e como sou, mas isto faz minha personalidade ser da forma que gosto. Sequer descobri quem sou, e antes que consiga já serei outro e com outras perguntas.

Meu tipo brincalhão, por vezes exagerado, gera polêmica e por mais que diga ao contrário, sou louco por uma boa discussão.

Não agrado a todos, nem quero, na verdade não agrado ninguém. São poucos os que me aturam e para estes eu juro uma amizade sincera.

As verdades são reveladas frente a frente. Não gosto de mentiras, apesar de ser um grande mentiroso, modéstia a parte é claro.

Meu sentimento se esgota. Aos poucos vou abdicando da vergonha. Sinto-me mais livre e é como se tirasse um fardo de minhas costas.

O belo momento se fora e digo que a realidade, mesmo predestinada a catástrofe, me agrada muito, até mais que os pequenos sonhos que tive.

Minha face é o espelho de minhas reações para com sentimentos. Os olhos, quase sempre fechados, não mudam nunca e passam a sincera sensação de inércia. Gosto de parecer alheio aos fatos, ao sentir e eu somente lhes respondo com o sorriso que apesar de não ser belo, não conquistar e muito menos ser de felicidade, é o sorriso mais irônico possível e que demonstra claramente minha preocupação com algumas situações vividas.

Bom Ralf, pareço ter lhe dado um grande depoimento e espero que agora me entendas, ou entenda o fato de me contradizer tanto.

Um bom começo a este novo ciclo. Pego a Coca Cola enquanto tu vais buscar a pizza.


Matheus.

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