sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sobre o frio.


O frio chegou, ou quase isto, e a chuva que consigo vêm é fina e gelada, causa-me arrepios.


Uso mangas longas, nada de frio exagerado, mais por precaução. Enrolo minhas, não tão longas, madeixas.


Pareço feliz, já não sei decifrar o que sinto, ou o que finjo sentir. Gosto do frio, da sensação de clareza que me traz.


Sinto-me gelado e talvez eu seja. Conheço a paixão, não estou livre dela, mas reconheço que sou vazio.


Dificilmente derramo lágrimas, a emoção não é a minha praia. Já menti e muito por sinal, por diversão quem sabe, ou por outros motivos.


Mantenho perto de mim o meu principal inimigo. Meu coração é vigiado e anoto tudo que lhe é sentido, ou a falta disto.


Sei as reações que tive e também sei como lidar com elas, sinto estar apto a progredir. Sou apaixonado, tenho um amor puro por ela e até gosto de lidar com isto.


Senti as dores de uma partida, de um coração recém criado e agora despedaçado. Fui ao mais fundo poço e mergulhei na imensa dor da rejeição. O fiz de olhos abertos e minha paixão fora conservada, mesmo que sob outras circunstâncias.


Transformei este amor em eternidade. Sinto-me humano, guardei tais gestos e reações. Sou capaz de sentir, mesmo que ficticiamente, os mais brandos sentimentos. Isto é incrível, como posso controlar o que sinto e o que passo aos outros.


Não sinto falta de emoções, quem sabe nunca as tive, mas gosto de parecer frio.


O ardor da paixão, por longo tempo, perdurou em mim e com a brisa, leve e fria, fora esfriado.


Esfriado como eu, como quem se sente a vontade em dizer que não ama, não mais.



Matheus.

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